sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

R$ 300 milhões para salvar rios Piracicaba e Doce. CBH ensina a criar projetos para captação dos recursos milionários


O comitê da Bacia do Rio Piracicaba reúne 21 municípios banhados pelo curso d´água


IPATINGA – No ano passado, o Comitê da Bacia do Rio Piracicaba (CBH) dispunha de aproximadamente R$ 30 milhões para financiamento de projetos de revitalização do curso d´água.
Mas somente 10% desse valor foram efetivamente captados em programas como o Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais.
O problema, informa Iusifith Chafith Felipe, presidente do CBH Piracicaba, é que a grande maioria dos projetos pleiteando recursos, foi mal elaborada, não atendendo às exigências técnicas e ambientais.
Para se ter uma ideia, houve quem chegou a propor a retirada dos bancos de areia do rio para torná-lo navegável, algo que, na prática, degradaria ainda mais o Piracicaba.
“Infelizmente, os brasileiros não têm a cultura de fazer projetos. Estão acostumados a mandar ofícios propondo ideias para as autoridades e se, conseguem os recursos, depois fica praticamente impossível de fazer a prestação de contas”, afirma Chafith.
Segundo explicou, para sanar esse problema o Comitê da Bacia do Rio Piracicaba aposta na qualificação técnica de seus integrantes.
Por meio de oficinas, o comitê está repassando informações sobre a elaboração de projetos. O foco são os membros do comitê que representam as 75 entidades e as 21 cidades banhadas pelo rio.
Chafith reforça que os projetos devem buscar sintonia com o plano diretor da bacia do Piracicaba, que privilegia a descontaminação do leito por meio da construção de estações de tratamento de esgoto nas cidades e de fossas sépticas na zona rural.
Segundo o presidente, há “rumores” de que chegaria a R$ 300 milhões o volume de recursos disponíveis para este ano, para investimento nos rios Doce e Piracicaba.
Plenária
As oficinas de qualificação e elaboração de projetos estão a cargo do coordenador Francisco Couto, membro do CBH que se capacitou em Belo Horizonte no ano passado.
Para multiplicar os ensinamentos, ele está ministrando os cursos diretamente nas cidades que integram a bacia.
A primeira rodada de oficinas teve início em janeiro, pelo grupo 1, que é formado por cidades localizadas nas proximidades da nascente do rio, casos de Mariana, Catas Altas e São Gonçalo do Rio Abaixo.
No Vale do Aço, que forma o grupo 4, o ciclo de oficinas terá início no dia 22 de fevereiro, em Jaguaraçu. Depois, no dia 22 de março, será a vez de Timóteo.
Em Coronel Fabriciano, o evento será no dia 19 de abril. A plenária final de oficinas na região está marcada para 24 de maio. O encerramento do ciclo geral de qualificação em toda a CBH deve ocorrer em 1º de julho.



Cobrança pela água do rio renderá R$ 4,5 milhões/ano




Desde janeiro deste ano, as 1.044 empresas instaladas nas cidades banhadas pelo Rio Piracicaba já deveriam pagar pela utilização da água em seus processos industriais.
Entretanto, explica o presidente do CBH Piracicaba, Iusifith Chafith Felipe, a cobrança ainda não foi colocada em prática porque os membros do colegiado não conseguiram chegar a um acordo sobre os valores a serem aplicados.

Reunião nesse sentido chegou a ocorrer nesta semana, mas terminou sem definição. A expectativa é que, uma vez estabelecido o valor, entrem por volta de R$ 4,5 milhões, anualmente, nos cofres do comitê. Mas não há previsão de quando será iniciada esta cobrança.


Nenhum comentário:

Folder Novo do IAD

Folder Novo do IAD
Finalização do texto do folder do Instituto